Escreva os termos da sua busca

Meio Ambiente

Ecobarreira em Porto Alegre-RS já contribuiu com retirada de 840t de resíduos flutuantes que poderiam contaminar a principal fonte de abastecimento de água da capital

Ecobarreiras tratam-se de barreiras físicas, módulos elaborados normalmente com material plástico que são instalados em calhas de corpos d’água com o objetivo de interceptar resíduos flutuantes, basicamente aqueles relacionados à falta de consciência da população, como garrafas PET, latas de alumínio e qualquer tipo de resíduo jogado inescrupulosamente nesses corpos d’água ou inclusive nas ruas, visto que o lixo que não é depositado no lugar correto, pode chegar aos rios, córregos por meio das chuvas que acabam carregando os mesmos.

No município de Porto Alegre-RS, foi instalada por meio do Projeto Ecobarreira Arroio Dilúvio, uma ecobarreira em 2016, que desde então vem fazendo a interceptação de qualquer tipo de resíduo que desça pelo arroio dilúvio em direção ao lago Guaíba (importante fonte de abastecimento de água para a capital), já tendo sido recolhidas mais de 840 toneladas de resíduos desde o início do projeto. O sistema alcança até 30 cm de profundidade. O projeto conta com o apoio da prefeitura local por meio de um contrato assinado em 2016 com duração de 5 anos, sendo que em 2021 foi feita renovação do mesmo. Parcerias são essenciais para execução de projetos como da ecobarreira.

Foto: Mobile Drone

Em conversa realizada com Paula Moletta, embaixadora do Projeto Lixo Zero Porto Alegre, Luiz Zancanella, idealizador do projeto da ecobarreira, diz que o ideal seria que o dispositivo não precisasse existir, mas já que está instalada, que recolha a maior quantidade de resíduos possível. Luiz nos informa que o material costuma ir para o aterro sanitário, mas como ele disse, não precisaria ir se tivesse outra maneira. Do material recolhido, 70% é rejeito, composto por materiais como folhas, galhos, papel. Eles já estão inclusive trabalhando em parceria com a startup Trashin de Porto Alegre, com vistas a reutilizar o material, buscando fazer bancos de plástico, por exemplo.

Desde que a ecobarreira está instalada, até o ano de 2019, não foi verificada mudança de quantidade, mas em 2020, no ano de pandemia, e em 2021, houve redução, o que ocorreu muito provavelmente devido às restrições necessárias que foram impostas devido à pandemia. Também foi possível constatar, por meio de um acompanhamento diário dos resíduos interceptados na ecobarreira, que não houve conscientização do público em relação a diminuir a poluição. Ou seja, no caso de a ecobarreira ser desinstalada, os resíduos, que são retirados cerca de 2 vezes por dia, vão continuar sendo jogados (não por mim, nem por você, tenho certeza !:)

Há uma diferença, vale acrescentar, no período de chuvas, em que a quantidade recolhida de resíduos é maior. Nesse caso, podem ser retiradas de 1,5 tonelada a 2 toneladas por dia. Vale relembrar também que as chuvas acabam “limpando” as ruas e trazendo resíduos para o corpo d’água. E ainda como nos informa Paula Moletta, a água de lavagem, que se refere aos primeiros 10 a 20 minutos de chuva, pode ter uma concentração de DBO/DQO que chega a ser pior que em esgotos. Este tipo de problema costuma estar relacionado a lançamentos irregulares de esgotos.

Para dar mais um exemplo da falta de consciência de muitas pessoas, está o caso de bitucas de cigarro. Já foi mostrado por meio do projeto Mundo SEM Bitucas, que em mutirão realizado em São Paulo-SP, chegaram a ser recolhidos 10.000 bitucas de cigarro em um período de30 minutos na região do MASP (Museu de Arte de São Paulo).

Para resolver esse desafio, a educação ambiental surge como uma das melhores, senão a melhor alternativa. Luiz Zancanella disse, e devemos concordar, que “não tem maneira melhor de educar as pessoas senão através das crianças”. Em relação ao projeto da ecobarreira, no local da instalação em Porto Alegre-RS podem ser realizadas visitas. O local está aberto para ser conhecido e oferece a possibilidade de receber alunos de escolas públicas.

Outra forma de lidar com a problemática é a iniciativa de conectar problemas e soluções, o que Luiz Zancanella e equipe vêm buscando fazer com o Revolution Hub. No projeto se encontram empresas, startups, academia, governo, a sociedade. Confira mais sobre a iniciativa clicando aqui!

Acompanhe toda a conversa entre Paula e Luiz acessando a rede social do inspirador Projeto Lixo Zero Porto Alegre. Clique aqui!

Confira também: Em estudo capitaneado por pesquisadores da UNIFESP, bitucas de cigarro compuseram 50% dos resíduos encontrados em mutirão realizado em praia na região de Santos-SP

Compartilhe
Tags:

Leia Também

Leave a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *