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Meio Ambiente

Estudo usa da tecnologia dos drones para mapeamento e avaliação de impacto ambiental no Parque Nacional Serra de Itabaiana – Sergipe

No estado de Sergipe, região nordeste do Brasil, a única Unidade de Conservação federal existente, o Parque Nacional Serra de Itabaiana (PARNASI), abrangendo uma área de 7.966ha, apresenta dificuldades de gestão. De acordo com o plano de manejo do parque, os recursos financeiros, materiais e humanos são insuficientes e limitados.

O acesso ao parque ocorre sem o controle efetivo dos cerca de trinta mil visitantes por ano -número estimado pela gestão do PARNASI, uma vez que dentre os diversos pontos de acesso ao parque, o único controle existente é realizado pela portaria principal e sem um sistema de informação eficiente.

De acordo com informações apresentadas na pesquisa publicada pela Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, uma das dificuldades no monitoramento de impactos ambientais em unidades de conservação é o levantamento do uso e cobertura da terra de forma rápida. Nesse sentido, novas tecnologias tais como drones, têm se apresentado como soluções potenciais para ajudar no mapeamento do uso e cobertura da terra, e em conjunto com os sistemas de informação, podem contribuir de forma importante para o monitoramento de impactos ambientais.

Desta forma, os pesquisadores tiveram como objetivo realizar um mapeamento do uso e cobertura da terra na área do PARNASI, para avaliar o nível de impacto ambiental, uma vez que os recursos escassos, a extensão da área do parque e sua topografia representam um desafio para a gestão.

O Parque Nacional Serra de Itabaiana (PARNASI), administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), está situada entre as cidades de Areia Branca, Itabaiana, Laranjeiras, Itaporanga D’ajuda, Campo do Brito e Malhador, distante aproximadamente 45 km de Aracaju, capital do estado de Sergipe. Abrange uma área de 7.966 ha, compreendendo três serras: Cajueiro, Comprida e Itabaiana.

Dentre os usos e cobertura da terra que causam impactos ambientais relacionados no plano de manejo do PARNASI, estão a urbanização do entorno do parque, acessos irregulares, desmatamento e clareiras, mineração para a retirada de areia, pedra e argila, torres de transmissão de energia e telecomunicações, além de áreas de cultivo agrícola, estradas de chão e rodovia federal, depósito de lixo, trilhas secundárias e alargamento das trilhas principais.

No estudo, foram utilizadas as seguintes classificações quanto ao uso da terra: Floresta, Cultivo, Desmatamento, Edificação, Mineração, Estrada, Lixo, Represamento e Trilha. Dentre os resultados, foi observado pelos autores que o maior percentual está atribuído à classe Floresta com 90,96% de cobertura da área de estudo, indicando que a maior parte da área pesquisada se encontra preservada.

As classes antrópicas com maiores percentuais são Cultivo (5,06%) e Desmatamento (2,45%). A distribuição espacial das classes de uso e cobertura da terra antrópicos estão situadas nas bordas dos limites do PARNASI. A zona do entorno da PARNASI necessita de ações de manejo de forma que possa reduzir os efeitos de borda e a fragmentação florestal.

As áreas de Cultivo e Desmatamento são mais suscetíveis à exposição do solo e é de onde decorrem os diversos incêndios. Dessa forma, sugere-se que a atenção para o planejamento da zona de amortecimento deve estar voltada prioritariamente para essas áreas. A pesquisa também mostrou que o uso do drone no mapeamento do uso e cobertura da terra do PARNASI permitiu constatar esta é uma ferramenta útil e viável para o monitoramento e fiscalização dos impactos ambientais em unidades de conservação.

Fonte: RODRIGUES, J.L.; FERNANDES, M.M.; FERNANDES, M.R. de M. Mapeamento e avaliação de impacto ambiental utilizando aeronave remotamente pilotada no Parque Nacional Serra de Itabaiana (Brasil). Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, v. 9, n. 4, p. 591-607, 2020.
Leia o artigo completo. Acesse: dx.doi.org/10.19177/rgsa.v9e42020591-607.

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