Pesquisa utiliza bactéria em sílica gel para conter rachaduras em concreto
Uma pesquisa desenvolvida no Campus Londrina propõe um método inovador para a selagem de concreto com rachaduras. Os estudos foram realizados utilizando uma bactéria já conhecida para este tipo de aplicação, a Bacillus subtilis, porém, com a imobilização dela em sílica gel, ou seja, por adsorção.
Os estudos foram realizados pela então aluna do curso de Engenharia de Materiais, Letícia Belini Gulin, com a orientação do professor Marcio Florian e coorientação da pesquisadora em Engenharia Civil da UEL, Nicole Schwantes Cezario.
Segundo Letícia, a motivação para solucionar os problemas de fissura começaram quando ela assistiu a uma palestra da professora Nicole e contou com o apoio do professor Marcio para as pesquisas.
Marcio Florian explica que ao aplicar a bactéria na massa do cimento, quando ocorre a rachadura e consequentemente a entrada de água, a bactéria forma o carbonato de cálcio, fechando a rachadura. A diferença é que com a aplicação da bactéria em sílica gel, a capacidade de autocicatrização da fissura aconteceu de forma mais rápida, em média, em até 168 dias, mais fácil, e ainda demonstrou uma maior resistência à compressão do que quando aplicada sozinha.
Os resultados da pesquisa ganharam destaque internacional e ela foi publicada no International Journal of Advanced Engineering Research and Science (IJAERS) com o artigo “Viability of Bacillus subtilis immobilization using silica gel for self-healing of cement based materials”.
“Ficamos extremamente felizes ao encontrar resultados promissores e conseguir publicá-los, pois sabemos o quanto a aplicação dos concretos autocicatrizantes pode contribuir para o desenvolvimento na área da engenharia e, mais especificamente, na área das construções, aumentando a segurança e reduzindo custos”, completa Letícia.
O projeto foi um dos trabalhos contemplados pelo edital de apoio à execução de trabalhos de conclusão de cursos realizado pelas pró-reitorias de Graduação e Educação Profissional (Prograd) e de Relações Empresariais e Comunitárias (Prorec).
Confira também: Pesquisa da UFRGS e UEA aponta que fungos da casca-preciosa podem ser capazes de degradar plástico